sexta-feira, 7 de junho de 2013

Debruço sobre belas frases antigas, recordo de te-las escrito
Belas coisas sobre a vida, sobre a vontade de existir, um palato afiado ao baquete outrora lírico que agora jáz em um funeral sob as areias movediças do tempo.

As palavras, hieróglifos de pensamentos, sustentam o mundo das ideias, guardam nossa história. O que somos senão, um grande dicionário.

Estariam lá todos os pensamentos do mundo? Seria o dicionário uma máquina de sonhos?

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

sem título

Negativo, seu filho da mãe, você é sempre um incontestável negativo de merda. Vive reclamando e resmungando de um lado ao outro, pensando que a vida é um emaranhado de nós impossíveis de desatar.

- A isolação não é o fim deste caminho meu filho, nem tudo está indo para o buraco.

Diante dos fatos, não penso duas vezes, abro a geladeira, pego todos os alimentos possíveis, e coloco na minha boca tudo de uma vez como quem não possui amanhã. Passo um punhado de roupas sujas para disfarçar as imperfeições e ando descalço na rua e durmo com os pés sujos mesmo. Quando ninguém presta atenção em mim, eu não presto.

domingo, 9 de maio de 2010

esse é o fim da linha pelo jeito.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Abri meus olhos e olhei envolta, era a minha casa antes da reforma, meu quarto, e eu sentia
como se fosse a realidade.
Fui ate a sala e varios objetos que nunca tinha visto, algumas motos antigas, uma azul e outra branca, na sala.
pergunto para minha mãe da onde surgiram aquelas coisas e ela diz que foi um parente desconhecido
chamado Cabral, que deixou de herança para ela. No quarto da minha irma, varios aparelhos de som
com fitas k7. Mexo na minha carteira e vejo as coisas que normalmente estão nela na vida real
umas cartas de baralho que achei na rua e minha identidade.
Meu padrasto me chama pra comprar pão, e vamos ate a padaria de carro, dentro do carro haviam
fotografias preto e branco envelhecidas, de pessoas que não conheço. Pergunto o que são e ele me
diz que pensava que eu sabia quem eram, mas nunca vi elas. Perto da padaria estava tendo uma
especie de festa, com pessoas fantasiadas com roupas coloridas e esfarrapadas, todas me olhavam
mas nenhuma falava comigo. Nesse momento ainda controlo meu sonho e tudo que faço nele. Sento
no chão e sinto que por algum motivo, as pessoas daquela festa poderiam ter relações com as fotografias
antigas que estavam no carro. Abro minha carteira e noto que ela tem algumas dessas foto que estavam
no carro dentro dela, e elas nao param de sair de todos lugares da carteira.

Eu paro pessoa por pessoa e lembro que perguntei uma a uma a seguinte pergunta:
Voce conhece essa pessoa da foto? Voce é ou foi essa pessoa?
Mas ninguem me responde, e isso se repete com diversas delas, ate que acordo no meu quarto e a palavra
Poltergeist vem a minha cabeça.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Devolta ao que interessa.

Ah, a visão do horizonte sem fim enche meus olhos de lagrimas, pela força que faço tantando ver cada vez mais longe
mas há tanta coisa nessa plena imensidão, tudo que sinto sobre todos que ainda la não estão. lá ou aqui
aonde fito vermentemente, fruindo da mais bela paisagem, somente uma gota de agua no oceano desprendeu-se
queimou pelo sol, como se derretesse uma mascara de gelo sustentada pela face, a face do vazio.

domingo, 16 de novembro de 2008

nao sei se vou me formar esse semestre, mas que se foda. se teve uma coisa que eu aprendi na universidade foi que existem amigos de verdade.

sábado, 27 de setembro de 2008

o gosto ácido de ferrugem que inalo ao ar , infesta a alma intocada e contaminada com o sabor
ruidoso das maquinas obsoletas
- movem o funcionamento debil dum pensamento malformado - o combustivel das horas e dias.

enferruja-me,
amo o sabor do que me faz mal, acordo pela manha em busca de veneno
seja dos teus labios, seja do céu,
como voce sente-se? a eloquência dos mudos me surpreende, passou-se mais um dia e somente
fui o semblante que nao fez falta.

aos versos que formam-se durante os minutos e segundos,
- só sinto o que me pesa! -
só a ferrugem me faz sentir-se vivo
so o tempo me diz coisas que nao sei, e nunca saberei
nao sei quem sou agora, e quem tornar-me-ei,
eu morri a um segundo
e nasci no seguinte.

adio o dia de amanha,
afio meus olhos no espelho dos teus;

terça-feira, 16 de setembro de 2008

os moldes sociais contemporaneos, apesar de serem frutos do modernismo e denominado pos moderno
nao acompanham o pensamento estético homonimo, resultado da escamoteação humana sofrida durante essa fragmentação
filosofica gerada apos as ideias de grandes pensadores, e principalmente no brasil, o final da ditadura.
a filosofia pos rene descartes, tras consigo a consciencia de que o ser humano é simplesmente uma efemeridade, seja em seu pensamento ou em sua propria existencia, e o unico reflexo
dessa dialetica gerada nos seculos antecedentes ao nosso foi o crescimento da industrial cultural, e nao necessariamente a cultura em si. o espaço urbano torna-se o grande suporte dessa selvageria moderna, o homem criou o espaço urbano para tornar-se seu proprio deus e foi devorado pela propria criatura.

abdicamos do pensamento criativo em prol do cartesiano e funcional.

a essencia humana foi perdida pela padronização do espaço da cidade, pelo cinza homogeneo. a analise semiotica de peirce, foi um dos primeiros veiculos
de interpretação do pensamento humano que engloba o processo criativo dentro da metodologia do pensamento . apesar de que um estudo cientifico so
foi apresentado nas ultimas decadas, obviamente a criatividade sempre fez parte do cotidiano do homem, mesmo antes das cidades, as pinturas rupestres
representavam algo que era intrisceo ao homem, uma vontade de expressar-se por outro veiculo alem da linguagem.

a busca do prazer estético dentro do ambiente urbano transformaria essa convenção estipulada na idade média, em que as cidades devem servir ao homem como
veiculo para a existencia e nao sendo um prazer viver dentro dela. isso deve ser quebrado assim como varios paradigmas filosoficos ja foram
rompidos. precisamos absorver a evolução que da arte e o design que modificaram nossas relações com o mundo moderno, duma forma
simplificada, em que todos possam colaborar na produção e apreciação.
as pessoasestariam preparadas a supostas excentricidades estéticas que rompem cada vez mais com as convenções passsadas e nao sentiriam-se alheias a
estas formas que segundo Paul Klee, sao a ponte entre o visivel e o invisivel, o fruir estetico dentro do vacuo urbano.

o projeto ilustra uma cidade que rompe com essa padronização do trivial e parte pruma premissa de que ja que nao somos eternos, o que fizermos enquanto
vivos pode transformar o pensamento de gerações futuras para abrir cada vez mais as possibilidades criativas e expressivas do ser. precisamos romper
o espaço sacro que encontra-se a arte como expressao e transformar num anarquismo artistico. é possivel admirar uma estética pos moderna em qualquer objeto
desgastado que faça parte do cotidiano, pois este representa o pensamento desgastado e trivial em qual nos encontramos, seria esta uma premissa para tudo
que é pos Dada e nao chega a ser Pop.

toda expressao e valida, e a cidade é seu suporte. o trabalho trata de possiveis intervenções em espaços dentro da cidade de curitiba, um catalogo
de projetos utilizando somente ilustração, para fazer construir essa nova realidade urbana e do design, uma mescla de arquitetura e design.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Liberdade

Agita o compasso menino que o mundo girou 360 graus do ano passado pra cá.

O mundo girou e eu fiquei no lugar, pensando que nada havia mudado, mas tudo andou ao contrário, e eu vou ter que me adaptar.

A mãe sempre dizia pra ficar esperto com o ladrão na rua, com as pessoas ruins, e eu sempre olhava pro alto buscando algum passarinho.

Ô mãe, não se preocupa comigo não, eu ando no meu passo estranho e às vezes na contra mão, mas as coisas vão do jeito que são, e eu só preciso ficar de olho arregalado pra tudo a minha volta, tentando ver o invisível, pra quem sabe um dia se uma maçã caia na cabeça e eu ter uma idéia fantástica, eu consiga arrumar o errado e fazer tudo andar.

Meu maior sonho de menino era ser ventríloquo, fazer um boneco falar, aí o mundo deu voltas e as juntas do joelho começaram a fazer barulho de crescer, desaprendi a ser criança num piscar de olhos, e eu comecei a me preocupar.

Ô preocupação mais chata, umas contas pra pagar, medos para guardar numa caixinha, não saio de casa sozinho depois das 23:00, com receio de nunca mais voltar. Esse ano vai ter eleição, mas vai saber se a minha vida vai mudar.

Até sinto saudades da despreocupação, menino é bicho solto, tem sempre um anjo da guarda na cola, mas aqui nessa cidadezona nem os meninos estão a despreocupar. É curso de inglês, escola e namoradas. E a velha pipa? A essa foi trocada pelo celular. É muito siso e pouco riso.

Quero andar descalço e comer amora direta do pé. Quero gritar liberdade, sentar na vaidade e pouco me importar pelo fato de eu ter xulé. Quero me organizar para se algum dia precisar desorganizar. Quero invocar Vinicius e ser cortês sem cortesia, doce e conciliador sem covardia e quem sabe algum dia ganhar dinheiro com poesia.

No lápis: Guilherme
Na Caneta: Pedrinho

terça-feira, 22 de julho de 2008

as palavras que reservamos
sequestramo-nas e são nós.

de onde vem esta falácia da poesia
sentimos, roubamo-nas, fingimos que somos, somos o que permitem

no fundo, espero que tudo o que sinto se vá, então
e de devorar-te como ratos fruem de migalhas de pão velho,
proverbios e substantivos malditos, culpados de serem literalmente - tudo.
depurei tudo de mim, os restos juntos formariam o banquete lírico?

ou sentamo-nos a mesa, e devoramos todas as palavras, escolhendo
uma a uma, como nos fartaremos,
- qual será o próximo sabor
o próximo sentimento? -
Ao dia chuvoso lança-se o apito do trem, grita em meio toda a torrente -
amo este som, um grito ao ritmo das gotas pulsando em meu telhado.

Lança-se ao ar, sauda a chuva
é como se a noite fria
derrepente não fosse um mar gelado
é como se o apito fosse um romance abandonado
que não terminou, apenas esqueceu de acontecer
para o trem lembrar que não pode ser contado.

Sinto me acolhido, a chuva foi minha durante muitas noites
as gotas -
um mantra antigo ,
despido de bocas.


temporais, tormentas torrenciais, precipitações, garoas e névoas
apitos do trem não tão distante, hedonismos suburbanos.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Por mais que tentava, em abrubto orquestrava um dilema;

somos o rubro ruídoso da contemporaneidade, viscerais e vivos,
amamos a tudo senão nós, os jardins, os milhões
- de jardins.

somos o meio para todo o resto - os amores, as razões, temores
somos o que nunca chegou a ser, as nove horas, ao amanhecer
somos o que fez de si, outrem.
hoje - ontem.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

ensaio sobre qualquer porra.

Acordo com o palato tomado pela ferrugem, no entanto não é sangue de uma ferida, é o gosto da depuração, da cristalização sublimada, são das palavras que giram a engrenagem do existir e inebriam meu saborear da linguagem, da poética trivial, que se repete, mas de forma diferente diariamente.

a vida um trem, cujo combustível é a ferocidade em tua alma, andas na velocidade do querer - queres viver na velocidade, no que há por vir, quer sentir o movimento, basta de momentos, a mudança é que leva-te adiante.
(sò usarei este acento ao contràrio porque è muito mais legal)
volte-e-meia sinto me alienado. trabalho, estudo, e engulo tudo que ja esta pronto, da minha forma, mas não fui eu quem quis assim, eu transformei so um pedacinho e tentei ajusta-lo para que não fosse uma repetição, mas nesses momentos não sou um trem movido por uma caldeira borbulhante alimentada pelo desejo de existir. apenas ando, em linha reta, atraves de lugares aonde eu estive antes, mas quem sabe, atravessando a serra, nao existe uma bela paisagem a ser admirada, antes de uma nova subida?

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Bom Dia!!!! Que dia lindo não?

Bom dia Curitiba, ontem foram apenas 3 assassinatos.
Bom dia Recife, ontem foram apenas 13 assassinatos.
Bom dia São Paulo, ontem foram apenas 25 assassinatos.
Bom dia Rio de Janeiro, ontem foram apenas 17 assassinatos.
Bom dia Porto Alegre, ontem foram apenas 3 assassinatos.
Bom dia Curitiba, em 5 meses vocês já pagaram 1 Bilhão e 639 milhões de reais em impostos para o seu prefeito.
Bom dia Brasil, em 5 meses vocês já pagaram 425 Bilhões e 869 milhões de reais em impostos para a União.
Bom dia Brasil, faltam apenas 8 meses para o carnaval.


Fontes:
www.impostometro.org.br
www.cartacapital.com.br
www.g1.com.br

quarta-feira, 4 de junho de 2008

nos porões da nova ditadura.

O que acontecera naquele porão, talvez, ficará em minha memória por um bom tempo. Pensara eu que coisas assim existiriam apenas na dramaturgia ou em livros.
- Cantardes, ouvirdes, gritardes, tomardes teu chá, durmirdes oxalá.
Viva a obstinação religiosa! Cantos indígenas, pessoas em transe, a viagem psíquica com o meu eu, uma tarde mal dormida num colchão e ao final um chazinho com bolachas.
Meu caro amigo, temos tudo isso e promessas de repostas por apenas 10 reais. Topas?

terça-feira, 3 de junho de 2008

Manifesto parte um;

não há mais tempo!

precisamos transformar - mutar - as formas mais triviais do nosso existir.

temos que viver os dias como se todos fossem o amanhã - não somente o dia seguinte, mas o futuro absoluto - mudar hábitos e concepções obsoletas que nos atrasem e destruam nosso país.

preciamos viver a época do questionamento e expressão, do não conformismo .
implicaram em nós que a revolução morreu, e o próprio termo "revolução" provoca uma repulsa.

não existirão mais barricadas pela liberdade (do capital), a revolução esta acontecendo em cada um de nós e dos que nos rodeiam.

chamem-na de estudo ou ideologia, nao importa ;
estamos produzindo nossas idéias depois de anos baseados no conhecimento europeu.

temos que ser a arte que vangloriamos - ja estamos sendo - temos que ser o conhecimento que almejamos.

morte à alienação, degolaremos a falsa insignia do academicismo absoluto, degolaremos a absorção da moral, degolaremos a falta abdicação desta moral.

viveremos a poesia e a arte.

isso começa hoje.

viva o ativismo intelectual, viva a América Latina!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

com o pensamento em outro lugar



Ouviam-se barulhos estranhos que vinham do mato perto da casa de madeira.
Já era noite e todos haviam voltado para casa jantar e passar um tempo com a família. Mesmo que a televisão prendesse os olhos do menino, com as suas cores cintilando sobre seus pequenos olhos, ele não tirava o ouvido do que seu pai, sempre com as mesmas roupas quando fica em casa: camiseta de eleição, calça de moletom ou shorts de futebol e um chinelo tipo Ryder. Contando anedotas que estavam na cara que era mentira, e a mulher ouvindo e concordando.
O menino como numa hipnose ouvia ao mesmo tempo seu pai falar do dia de trabalho e um ruído estranho que vinha do mato, os barulhos se misturavam e as folhas pareciam gritar como num sussurro coletivo. Logo o menino já não sabia de nada, só conseguia pensar no que estava lá fora, no escuro, andando naquele terreno que há muito tempo o dono não se via. O olhar arregalado tentando entender tudo sem que a vista pudesse ver, na hora da janta, uma das últimas coisas sagradas que a família de fato ainda cumpria com religiosidade, comendo aquele pão com queijo e uma alface no meio, único lugar que o menino come coisa verde dentro da comida.

terça-feira, 27 de maio de 2008

o novo

"Difícil mesmo é viver sem cabeçalho e rodapé."

domingo, 25 de maio de 2008

22

"Os patinhos na lagoa só comem migalhas de pão"

Kind of Blue


Hoje vou dormir tarde,
Vou dormir tarde e sujo,
Sujo de rancor de viver e de estranheza
De olhar pra Coca sem gás na geladeira,
e não entender o motivo dela estar por lá há tanto tempo.
Ah, sim, lembrei. Ninguém toma ela, a não ser eu, que também não tomo ela.

Um cachorro que eu fazia caricias na cabeça, nem lembrou de mim essa semana.
As vezes ele sentava entre as minhas pernas dobradas quando eu ficava na grama.
E ele nem lembrou de mim aquele maldito cão. Que foi o único cão que eu dei atenção.

Saiu no noticiário que a Serra Pelada, aquela que o garimpeiros garimpavam, voltou a ser motivo de notícia, um homem de boné de político, bigode e camisa de flanena disse que só tiraram uma lasca do ouro que tem por lá. Mas o cara da TV disse que desde a época que começaram a garimpar aquele lugar já foi tirado cerca de 4 toneladas de ouro.

E o Pelé, a minha mãe tava falando, foi eleito no Faustão nota 1000, ele e o Oscar Niemeyer. Eu pensei que iam fazer uma nota de dinheiro valendo 1000 reais com a cara do Pelé. O Pelé tem um filho que tá na cadeia porque é traficante.

Minha mãe fez um bolo de chocolate hoje, era pra ser aquelas nega maluca, com a cobertura bem durinha e crocante, mas ela não consegue acertar no ponto nunca.