terça-feira, 22 de julho de 2008

as palavras que reservamos
sequestramo-nas e são nós.

de onde vem esta falácia da poesia
sentimos, roubamo-nas, fingimos que somos, somos o que permitem

no fundo, espero que tudo o que sinto se vá, então
e de devorar-te como ratos fruem de migalhas de pão velho,
proverbios e substantivos malditos, culpados de serem literalmente - tudo.
depurei tudo de mim, os restos juntos formariam o banquete lírico?

ou sentamo-nos a mesa, e devoramos todas as palavras, escolhendo
uma a uma, como nos fartaremos,
- qual será o próximo sabor
o próximo sentimento? -

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