O cabrito fica extasiado toda vez que vê a pastorinha colhendo maçãs no pomar. Ele olha atentamente para a menina que se levanta na ponta dos pés, de vestido branco e laçinho vermelho, e sente uma leve brisa soando dentro do seu peito, um segundo que se torna infinito. Esquecia-se de sua existência e andava de câmera lenta dentro de sua mente. De baixo do sol quase alto das 10 da manhã, no campo quase desmatado, o cabrito toma um sol, e o sol é um belo companheiro para ele, não pede nada em troca, só se doa. A menina, que corria em pulos, acabara de sair de sua casa para brincar, e na única grande árvore que havia por perto, logo no levante de um pequeno cume, estica seus magros braços na tentativa de alcançar a maçã mais vermelha que seus olhos conseguem alcançar.
Não muito longe dali está o cabrito, que continua assistindo a menina como um garoto que vê o seu ídolo no futebol socando o ar após ter feito um golaço. Um gostinho bom lhe vêm a boca, uma leve fragrância de memória boa de lembrar, e todos os seus pelos ficam relaxados, deixando o vento por alguns segundos fluir a sua vida. Seus olhos brilham esbugalhados, em um tom suave, um olhar inocente, sem maldade, só de deslumbre e de ganhar presente novo no natal. Ficou apaixonado pela pastorinha na primeira vez que a viu, e desde então fica esperando a pequena garota de cabelos negros e castanhos, quase compridos e quase completamente soltos, passar pelos pomares e pegar uma maçã.
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2 comentários:
cabrito safado
pastorinha safada
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